quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Recado

Longe...
À frente no caminho,
Entre vagas coisas,
Passantes, continua apenas...

Com a vaga sensação,
Crescente em impressões
Buscadas em instantes
Vividos e sentidos...

Ao calar, no topor dos pensamentos
Uma corrente desliza
Com as mãos, recolho um pouco desta água
Que me faz viver!

Cada dia mais, sinto...
Meu coração, um fogo vivo
Animando minha vida
A qual, se faz cada vez mais Viva!

Para isso, para todos
Que vamos mais longe...
Que bebemos na fonte e não dormimos
Meus cumprimentos...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sobre o conceito da falsa inércia

I-Sobre a questão da inércia
I a) Inércia: Buscando a relação de coisas, com as coisas, primeiramente surge a imagem. Em contato com as impressões externas, nos surge a relação movimento-inércia, das coisas dadas no mundo. Disso, surge a observação; no movimento estão as coisas dotadas da capacidade de deslocamento, sejam elas animadas ou inanimadas- possuidoras ou não de essência-; na inércia, acontece de estarem também seres animados e inanimados. Então, movimento-inércia, são capacidades não intrisecas à vida.
I b) Sobre o que é a Vida. Vida em contraposição à morte. Morte e Vida, relação de movimento e inércia das coisas, ou seja, causa do equilibrio do jogo.
I c) Sobre a falsa inércia: A nós, dotados de sentidos, podemos indagar as seguintes questões: Todas as coisas estão vivas? Tudo o que é vivo é movimento? Tudo o que é morto é inerte? Todas as coisas estão mortas? Morte e vida estão em jogo. São um jogo. Então, a vida pode nos dar a impressão de movimento. A morte de inércia. Coloquemos a seguinte questão: Um objeto inerte é vivo? Façamos a distinção: Objeto, logo é não-vivo. Coisa, logo é vivente. No entanto, coloquemos a questão: Uma coisa pode convereter-se em objeto? Claro, uma arvoré, aparentemente inerte, pode se converter em uma carroça em movimento. Uma pedra de ferro inerte, pode se converter em um automóvel em movimento. Por isso, o objeto dotado de movimento, não é necessariamente dotado de vida. Uma pedra não-dotada de movimento é dotada de vida. Logo, uma questão sobre a falsa imagem: Um homem aparentemente dotado de vida, pode se converter em objeto, mesmo estando em movimento? Movimento e vida, Inércia e morte, não seriam ligações verdadeiras. Por isso surge a simples sentença: Todo ser, dotado de vida, inerte ou em movimento, pode se converter em um objeto, morto. Assim, a falsa imagem é aquilo que aparenta ser, mais não é. Porém algo que é, pode parecer não ser. Logo há ai, a transferência daquilo que não é, de sua condição para aquilo que é. Portanto o nascimento do equívoco-ignorância, da realidade verdadeira das coisas.
I d) Resolução: Aquilo que é, pode parecer não ser. No entanto a condiçao de não-ser é própria do que é morto - assumido como objeto - a ser utilizado- transferente de sua condição a aquilo que é. Daí a falsa inércia.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Nahual

Em forma branca
Um alado Espirito
Rompe os céus infinitos

O Vôo majestoso
da rapina ave
De plumas selvagens

Em liberto voar
Na imensidão azul
Um gavião despertar!

Nahual

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Busca

Uma descontinuidade
faz de mim um caos no Espaço...

Um traço buscado, firme!
Na profunda resolução de Ser!

No re-flexo, me busco, me pego...
Em profunda introspeção, me basto, me quero!

Me pertencer, viver a Aurora, à Criação!

Agora, a porcelana frágil
Quebrada em mil, milhares de cacos...

O re-fazer, a primazia de inverter
Uma corrente louca...

Ariadne, guie-me pelo labirinto!

Na tenaz resolução:
Achar o contínuo, o fluxo.

Da parte que faço...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Por hora...

...buscando me libertar do intelectualismo...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Luta


Apesar das Trevas virem contra, o Mestre esta comigo!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Passado

Nego-te!
Quantas vezes me chamas?

Nego-te!
Não preciso cair na lama!

Nego-te!
Uma vez mais!

Cria minha...
Infeliz sombra da Verdade!
Outrora conhecida,
Sem o ar da obscuridade!

Revolto em lama e trevas
Com a mão direita escrevo tua Sentença!

Nego-te! Nego-te! Nego-te!
Ainda que me queira mais...

Escrevo o não-sentido!
Calo me na presença do Caminho!
Da Verdade não comunicável!

Nego-te! Nego-te! Nego-te!
Nove vezes e te deixo para trás!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Revelação

Quando o vento
Abriu de sobressalto
As cortinas da janelas

Como uma mulher
Desnuda ante a face
Do desejoso amante

Extraindo das formas
Expostas ao léu
Respostas...

Para todas as presunções
Cada qual, caída
Uma a uma

O sopro do vento...
A intuição incomunicável
Aos ouvidos alheios

Cheio de assombro
A voz destoante
Do incomunicável Todo!

fragmento inusitado
Na parte das formas triades
Questiona a Esfinge

A amada se levanta
Para cantar
A outrora canção perdida

As letras vivificantes
De toda poesia ou prosa
Das formas viventes

Ou algumas tontas
Pelas correntes arrastadas
Enlouquecidas, enganadas

Entretanto, mais que tanto
A trova relampeja
A corrente serpenteia

Na fulgaz sensação
Em plena apreensão
Instantânea da Verdade

Calo aqui, mais à frente
Um longo chão a percorrer...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Cristalina

Da tormentosa noite,
O romper da Aurora!

Buscada, sonhada,
Por mim, vil, agora.

Entre tantas falácias
Quimeras inimigas

Perseguindo a mim
Incauto gusano apenas

Me sufoco no lodo
Entre águas negras

Com a certeza de hoje
Caminhar na dura senda

Buscando águas limpas
Escorrendo pelas rochas

Cristalina fonte de vida
Para a primeva perseguida

Aquela ultima Beleza
A bela flor da consciência!

Vislumbre

No vespertino momento,
Alento, bálsamo
Fragância lápidada
Onde vais eterno
Momento; envolvente
Na crescente fluidez
Em saudade, és meu Rei...
O alento, buscado
Percorrendo, em verde
Jardim, onde faz florir
A Reminiscência fulgaz.
Percorrendo sentimentos
Me dás, a certeza
Do preciso, onde encontro
Com afinco, tudo.
No mais, ainda prossigo
Pois, algo deverás pequeno
Sou, no crescente fluxo
Da cristalina Alvorada
Da criação velozmente
Alada, no transcorrer
Das cintilantes estrelas
Vê-las, contemplá-las
posso agora, ainda que
Minh'alma, sonhe
Com altivez, se tornar
Talvez, um dia
Também dourada.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Procura


A onda vai, volta
Não há resposta...
Lá, na profunda escuridão
Da famosa caverna de Platão

Onde os grilhões são presos
Medos, no fundo da caverna

Qual sombra movente...
Quem dera,
Ser um vidente,
Ou melhor, talvez, poeta?

Em verdade, nas profundas
Entranhas, ou entraves
Onde outrora esteve,
A fulgaz realodade.

Quisera saber, ou saberia?
Qual sombra era a minha...

Buscando as funduras
Da caverna vivente,
Em milênios, ou mais recente
Por hora, só procuras

Por nunca duvidar,
Ou ao menos, ainda escutar.

Preso em plena escuridão
Como já disseram
Na caverna enegrecida
A mesma de Platão

Movendo na sombra
Achado o grilhão

Revolvendo-me nas trevas
Encontrei Quimeras
Aquelas nascidas
De meu sangue, em vão...

Procuro no romper das sombras
O fogo, a tocha, a lanterna
Entre feras, trevas
Buscando, por fim ou não...

À Luz, nascente das trevas
O enigma de milênios, Eras..
Num ponto, o clarão:
" Quem fui, serei, quem sou!"

Resposta extrema
Há de ser procurada então!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Perplexo

As vezes, é necessário ver aquilo algo oculto, pelo véu da intima ignorância...Somente, no arrebatedor sentimento de assombro, a possível possibilidade de conhecer o desconhecido...Mesmo o preço sendo alto, a vontade é maior. A voz, me guia! Aquela, a qual, não escuto! Sentida! No estupefato instante, onde deixo a ignorância, e me uno a ciência...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Baile

O movimento contínuo
Ao som da lira interna
Ressoa em festa, intensas melodias
Cântico à Vida, doce Luz, paira bailarina...

Levando a dor
Buscando a flor...
Faz soar no Espírito
A voz do doce vento

Vivendo cada melodia
Canta a lira, sons de Meio-Dia!
Doce flauta ao sons de baluartes
Chôva flor! Amores em imensas tardes!

"Cante flor!" Ressoa a voz latente!
Momento presente, ecôa no infinito!
Da Dourada Luz, faz-se o brilho!
Vinho d'ouro, da alma ingente!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Discorrendo a face do Mistério...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Metonímia

Pela manhã, uma bela música. Um sentimento me lembra de um momento, onde a inocência era o constante aprendizado, no momento presente. Por hora vejo tantas reminiscências e me pergunto, onde quis complicar o simplificado? Onde tudo me era dado... Embora veja tudo isso, tenho a certeza de ser ainda acompanhado por essa fragância infantil. Com a diferença de, agora, ela se tornar consciente, pouco a pouco, de instante a instante de si mesma. Consciente... O anelo profundo, estar com a ciência, com o fluxo contínuo do pulsar da Vida. Olho ao redor, pelo deserto, com sua infinita imensidão. Alguns eremitas... cada um em seu caminho. As lamparinas a iluminar a escuridão do deserto. Em cima as estrelas fazem o mesmo. A esperar o Sol, que para alguns brilha mais cedo, mas a todos ilumina. Continuo, pelo caminho traçado por mim mesmo. Esperando Alvorecer de novo...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”


Florbela Espanca

segunda-feira, 13 de julho de 2009

À anistia

Embora haja traças em minhas vestes,
Houve tempos, onde a mão celeste,
pousou no pálido lamento!

Tormentosas noites, madrugadas,
premissas de uma Alvorada...

Por noites embriagadas, quisera alucinadas...
tempos...resquicios de falácias
Onde pousaram nas sombras,
Morada das quimeras embriagadas...

Amores, desamores, anti-amores...
Flores malvadas, murchas, desabrochadas
cores, dores...
talvez um pranto...

Milhares foram... eram...Alguns...
Outros tantos aprodecem...
No Averno ou à esperar Verão...

Uns brindam Agonia, outros a Vida

O Trem ainda corre...
O das Sete se aproxima...
A estação preferida
4 dias , 4 vidas

Uns brindam Agonia, outros à Vida
Alguns silenciarão....

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quando a noite bate no profundo do vale... As árvores se enfeitam com as lágrimas das estrelas, vivicando o hálito funesto, vapores... D'onde vem a suprema dita de viver? Mesmo em tantos baixos, ao fundo do último resquício de pó... Aonde esteve tanto tempo? Parado! Ao longo de tantos dias, sem saber o que virá... Um dia fazer, o milênio alvorecer...Danço, às vezes canto... Sigo, poeira no rosto, lama dos pés à face... A água, me dê um pouco deste cálice...
Aonde está?
"- O que procura?"
Onde vou, o caminho incerto, era...
Agora é iluminado, mas aonde esta a minha lanterna?
" Onde busca?"
Para todos os lados, onde caminho deparo com aquilo... Não sei ao certo... Como fazer aquilo ensinado, mas ainda não vivido...
Poucas palavras, para aquele que busca sentido, talvez mesmo ainda não sentindo nada... Preciso... Mesmo a dor sendo a fonte do batismo...