quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cantoria


por Filipe Dulce

Na escada de Jó
Que não é a de Jacó
Descem todos os poetas
Sobem todos os escravos
Que desataram o nó

Desce a jumenta
Sem profeta
Desce a alma
Até o pó!

Sobe a alma
que receia
se esconder
porque tem dó!

Vive a amante
que cambaleia
E o dançarino
Baila só

Sobe a escuridão
que norteia
Desce a luz
em Jericó

Canta o Apocalipse
Marcha co'a Candeia
O último conto
Da antiga, minha vó...

Sobe a vida
Desce a morte
Com a Paciência de Jacó
As lentilhas de Esaú
E a Escada de Jó!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Criança


por Filipe Dulce

E'meio às vultas

Coloridas! Saídas

Da incógnita Lamparina!

Folgueia, dança!

Tantas canções...

Viva representação...

(Inverso à lamentação)

Das cores d'um Pã...

Dançante menino...

Vaga...dentro dos seres

Conformados pelos eixos

A música soa...

O límpidp tintilar

Das cores à pulsar

Em versos sonhados

Na lamparina oculta!

Viva! Co'alma minha...

Desliza para sempre

Em repente, nunca medido

Contente! Destemido

Nas ações tantas,

De aventuras, andanças

Dessa Luz por vir,

Vistosa, em fogos

Atravessado, pelos cheiros,

Beijos insondados...

Sonhados nos cabelos

Cor de mel, Véu...

De Insondáveis Montes...

Instantâneo


por Filipe Dulce


Fecho os olhos
Vejo o Real
Crescer certo
No caminho intuitivo
Vivo momento
Onde o presente
Pressente a certeza
Clareza da Alma
Alada, cantada
Para todos os lados
Sempre Amada!