terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cangaceiro


por Filipe Dulce

Tudo passa,
As grades não seguram
Aqueles que pagam seus pecados
Por serem filhos de Adão
que sucumbiu pelas fraquezas...
Vôo raso,
Para o sim, para o não.
Guie-se à Liberdade
Saia da masmorra
Sem Ambição
Queira à Fraternidade,
Viva, no imenso Sertão...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cantoria


por Filipe Dulce

Na escada de Jó
Que não é a de Jacó
Descem todos os poetas
Sobem todos os escravos
Que desataram o nó

Desce a jumenta
Sem profeta
Desce a alma
Até o pó!

Sobe a alma
que receia
se esconder
porque tem dó!

Vive a amante
que cambaleia
E o dançarino
Baila só

Sobe a escuridão
que norteia
Desce a luz
em Jericó

Canta o Apocalipse
Marcha co'a Candeia
O último conto
Da antiga, minha vó...

Sobe a vida
Desce a morte
Com a Paciência de Jacó
As lentilhas de Esaú
E a Escada de Jó!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Criança


por Filipe Dulce

E'meio às vultas

Coloridas! Saídas

Da incógnita Lamparina!

Folgueia, dança!

Tantas canções...

Viva representação...

(Inverso à lamentação)

Das cores d'um Pã...

Dançante menino...

Vaga...dentro dos seres

Conformados pelos eixos

A música soa...

O límpidp tintilar

Das cores à pulsar

Em versos sonhados

Na lamparina oculta!

Viva! Co'alma minha...

Desliza para sempre

Em repente, nunca medido

Contente! Destemido

Nas ações tantas,

De aventuras, andanças

Dessa Luz por vir,

Vistosa, em fogos

Atravessado, pelos cheiros,

Beijos insondados...

Sonhados nos cabelos

Cor de mel, Véu...

De Insondáveis Montes...

Instantâneo


por Filipe Dulce


Fecho os olhos
Vejo o Real
Crescer certo
No caminho intuitivo
Vivo momento
Onde o presente
Pressente a certeza
Clareza da Alma
Alada, cantada
Para todos os lados
Sempre Amada!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

1) Sobre a escrita

Qual o dever do homem escritor-aquele cuja alma impele a registrar suas vivências? Procura, antes de tudo um significado a mais para as coisas ao redor, no entanto, a necessidade o faz imprimir em suas letras um leve revelar de todas essas coisas... Embora, o essêncial permaneça sempre imanifestado. Mesmo numa pintura, os símbolos expressos, são sombras de seus pais, se assim os pudermos chamar. Real é a imanifestação daquilo transmitido. Contudo, existe na escrita-simbólica ou literal- um quê de telepatia; esta por sua vez permite a compreensão daquilo transmitido, em vários níveis, para uns e para outros. Portanto, a verdade daquilo manifestado, é verdadeiro em sua totalidade, somente para aquele veículo de expressão da mesma- o escritor...